Sunday, September 12, 2010

Wednesday, September 8, 2010

Devagar, devagarinho

Sem algum tempo -sem alguma demora- pouco ou nada se percebe do que se está fazendo,, sentindo como sensação ou sentindo como emoção.
No meio da correria da vida, do tempo que corre, das pessoas que passam como vultos e das horas que voam, fazer qualquer ação de forma devagar é mais que uma necessidade. É um prazer. É o prazer propriamente dito. É o caminho. Se dizem que a felicidade é o caminho, então que bom se percorrermos esse caminho bem lentamente, prestando atenção em cada pedrinha, estando conscientes de cada passo.
Quando as coisas- 0s atos,digo- deixam de ter a finalidade em si, faz mesmo mais sentido desacelerar.
Hoje eu explicava para duas meninas o por quê da Yoga que eu pratico e ensino ser de va gar. O por quê de dar um tempinho entre uma postura e outra.
Por isso. Para perceber o que se está fazendo. O que se está sentindo como sensação. O que se está sentindo como emoção. Para aprender a perceber. A conhecer.
Para que o corpo tenha tempo para internalizar os processos.
Para que possamos nos encantar com as sutilezas que só a vagarosidade nos permite perceber.

Porque quando é bom a gente não quer que acabe.

Thursday, September 2, 2010

O BUG ??

Esse não é um post conspiratório. Tá, talvez, só um pouquinho. É mais uma preocupação, pois ando analisando certos acontecimentos e escutando experiências semelhantes de amigos.
O gmail tá com algum problema. Os emails já não são enviados com a absoluta certeza de antes. E mensagens como "Você já pensou o que faria se perdesse tudo do seu email?" aparecem na tela inicial.
A minha maior ferramenta de comunicação- e arquivo de toda essa comunicação- está dando sinais de que, a qualquer momento, algo muito sério pode acontecer com ela. Aquilo que não gostamos nem de imaginar parece que a qualquer momento vai acontecer.
Eu não sei muito do funcionamento desse mundo virtual: entender que tudo é baseado num sistema binário- combinações de 0 e 1- já é um grande esforço intelectual. Pensar onde estão guardadas as milhões de fotos e arquivos que já produzimos e continuamos a produzir num modo quase de "disparo contínuo" é uma viagem grande da minha imaginação. Porque simplesmente não concebo que posso haver um lugar físico que armazene tudo. E não há mesmo. São apenas zeros e uns em sequências.
As fotos, os textos, os poeminhas, as cartas de desabafo, os links para comunidades distantes, as mémorias de tempos reminiscentes que recheiam minha caixa de email como bem recheariam um fundo e negro baú se tornaram ooo111oooo1o1o1o1oooo1o1o1o1oo1oo1o ?
O que fazer agora ?? Imprimir tudo e terminar de abarrotar as caixinhas e armários que já estão lotados até a tampa ?? Salvar as memórias do que pode vir a ser um zero, vazio, escuro total ?? Ou deixar que elas tenham o direito de amarelar e que cheirem a outro tempo ?? È, o computador ainda não tem cheiro.
Ou ainda, se des-apegar e deixar que haja esse BUG do novo tempo, que tudo se vá mesmo, como se um vulcão entrasse em erupção e lavasse tudo o que houvesse pelo caminho, para depois renascermos das cinzas ??? Interessante, também.
E os emails que não chegam ao destinatário ?? Teremos, então, que voltar a escrever cartas, huuum, com caneta tinteiro, que deixam aquele cheiro gostoso de nanquim, e sair de casa e ir até o correio para enviá-las. E a alegria de quem as pegar nas mãos, tocar o papel, sentir a letra, o movimento das palavras ali escritas, será infinitamente maior do que abrir a caixa postal virtual.
E se meu correspondente morar mais perto do que o correio, melhor então será ir visitá-lo! DIM DOM. Não se houve mais a campainha, sem que antes haja um telefonema para "combinar"!! E depois falamos dos americanos! Nós mesmos vivemos dessas formalidades. Credo! Pelo menos eu, POR ENQUANTO, vivendo num grande centro urbano no estado de São Paulo. É o medo do contato. De invadir a INDIVIDUALIDADE do outro. Medo de atrapalhar. Atrapalhar o que? A solidão, só se for. Cada um no seu quadrado, cada um no seu quadrado.
Bláaaa... bláaaaa...bliii!!!!
Não vou esperar o gmail dar pau de vez. Já vou inaugurar essa nova era !!!
....Acho que esse é um post de descoberta !

Friday, August 27, 2010

Mudança de perspectiva

Adoro viajar de avião. Na janela, claro. Não há espetáculo melhor que olhar o mundo de cima.
Hoje vi o sol nascer em cima de Campinas, transformando as cores do céu. As nuvens distantes formam o horizonte. Depois passei pelo mar de montanhas das Minas Gerais. Três planos ficaram claros na tela da minha janela. As ondulações verdes no palno inferior, as nuvens fofas( sempre que penso no significado de fofura penso nesse tipo de nuvens) como os pontinhos brancos no plano intermediário e no último terço o azul-céu, ou céu azul. Quase que ilimitado-era ali que eu me encontrava dentro dessa pintura.
Após uma pausa para quebrar a cabeça com um joguinho de sudoku, avistei o mar. Bahiaaaaa!
Acompanhar o contorno da costa, a composição das linhas e presença do verde dos coqueiros contrastando com a água reluzente é definitivamente o que eu amo fazer as 10:30 da manhã de uma sexta feira!!!
A mudança de cenário proporciona a expansão da minha mente, dos meus horizontes-literalmente. Viajar é conhecer novos quadros. Se for para onde haja o barulho do mar então.. E para re-encontrar um querido amigo...vixiii...délícia demais !!! O sotaque baiano é música para meus ouvidos. A descontração do motorista de ônibus, a atenção e mimo do carinha da barraca que vem com um regador molhar seus pés, pois, afinal de quentes, ahahha, está calor e o peito do pé é sensível..." Oxe, não sabia que na Bahia era assim! Desse jeito vou querer morar aqui!!- é o que imediatamente digo.
Passar o entardecer na praia do Porto da Barra vendo o sol se por no mar, e depois ver Vênus brilhar do Farol da Barra é minha happy hour de sexta !!!
E a Bahia pulsa e ferve nas calçadas do Rio Vermelho, para depois cansar o pé dançando numa Borracharia que se transforma em balada(das boas!) de quinta à sábado!
"... Anda dizendo que o molho da baiana melhorou seu pratooo"....
Ahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh !
Corpo quente do sol !!! :)

Wednesday, August 25, 2010

Ancestralidade

Já há algum tempo venho pensando nas linhas de ancestralidade, ou, colocado de forma mais simples, em como é interessante e engrandecedor pensar de quem viemos.

Estou falando da terceira geração: nossos avós.

Em julho, minha Voca (mãe da mãe) veio do Ceará para passar o mês comigo. E sua presença me fez um bem danado. Além do amor de vó, a identificação que eu sentia ao analisar seus traços me fazia vibrar. São delas os olhos puxados que herdei- nada de japonês. A história que a gente gosta de imaginar é que talvez tenha sido uma herança dos portugueses que andaram por Macau. Mas escutar suas histórias e ganhar novas perspectivas em como nossa família foi afetiva e socialmente construída é o melhor de tudo. Ao entender como a mãe criou a mãe, minha comprensão e admiração pelas duas só cresce.

Hoje descobri conexões com outra linha de vida que me gerou. Meu Vovô (pai do pai). Sua morte fez com que eu me desse conta de alguns vestígios dele em mim. Meu espírito aventureiro, de querer viajar e conhecer o mundão, e de busca pela liberdade, foi passado dele para meu pai, e de meu pai para mim. Quando viajava, não tinha pressa em chegar. Ia parando nos lugares para conhecer e contemplar o que houvesse por lá. Era de natureza muito contemplativa. Amava a lua cheia e os banhos de mar (herdei dele esse gosto). Eu não tive muita convivência com o Vovô. Meus irmão e primos tiveram mais. Me lembro bem dele de calção azul com metade da bunda para fora aguando as plantas no jardim ou voltando da feira dos passarinhos. E o Vovô gostava muito de agradar (como eu gosto). Para a Clarinha ele fazia uma caranguejada. Saía cedo para comprar cordas e mais cordas de caranguejo e depois, sentava do meu lado para me dar a parte mais desejada do bicho: a "patona". Era assim com todos e cada um de nós.
E na mais bela noite de lua cheia, ele partiu.
Foi-se de uma vida que no fim foi de sofrimento e aprisionamento (o fim para ele).
Disseram que tinha um semblante de paz. Imagino mesmo. Eu não pude estar lá.
Como um passarinho lindo (tão lindo que era) cantando um bolero, parte agora. Com serenidade dos que sabem que chegou a hora (acho que ele sabia).
Fica o sangue, as histórias e a lição. Ficamos- frutos que ele plantou e tão bem regou.
Obrigada, Vovô, porque as lágrimas que só agora consigo derramar são de agradecimento. Obrigada por ter deixado um poquinho de você em cada um de nós.
As saudades virão ... e passarão- a cada banho de mar, contemplar da lua cheia e estrada nova diante de nós.

p.s: e meu narizinho....só pode ser dele!

Saturday, July 31, 2010

Despedidas

As despedidas na infância me eram doloridas. No último dia de férias de verão, sempre passadas com a família no Ceará, a cena se repetia: me despedaçava em prantos de ter que dizer adeus aquela casa de paredes arredondadas, aos primos, as vós, as tias e aos tios.
Apesar de eu saber que no ano seguinte voltaria, isso não diminuia minha dor ao partir.
E a despedida do mar? Era o maior dos rituais: horas me deixando levar pelas ondas e mergulhando compulsivamente quantas vezes fosse possível, numa tentativa de guardar um pouco daquela água dentro de mim. Se tinha companhia no último banho da temporada, sempre dava um jeitinho de passar os últimos momentos sozinha, para me despedir intimamente do meu Verde Mar.
Ao longo da vida fui embora muitas vezes mais. Morei em muitas casas, em várias cidades, alguns países e dei adeus, sobretudo, a centenas de pessoas realmente especiais que fizeram parte da minha vida em algum momento. Continuo a sentir um aperto no peito, mas invariavelmente sou invadida por uma felicidade melancólica vinda da lembrança de tudo o que eu vivi ali. Por isso passei a apreciar com gratidão a última olhada sobre as montanhas do Negev, o sol da Índia se pondo ao meu lado no caminho para o aeroporto, o elevador chegando no térreo e a porta se fechando atrás de mim pela última vez, o último chá na minha república, o último hamburger americano, a última aula de educação física no colegial, o último abraço apertado, o último beijo seco (só as lágrimas tem direito a serem molhadas), o último suspiro e finalmente "tchau". As palavras faltam nesse momento e quem precisa delas? O olhar já diz tudo.
"Não é mais que um até logo, não é mais que um breve adeus... bem cedo junto ao fogo, tornaremos a nos ver". Com nossas mãos entrelaçadas, ao redor do fogo de conselho, cantávamos a Canção da Despedida nos acampamentos do Escotismo. Era um momento muito lindo e mais do que uma despedida era,sim, um momento de celebração e agradecimento.
Se voltaremos a nos ver ? Não sei. Se há a vontade, sempre há a possibilidade. Enquanto estivermos vivos, não importa se do outro lado do planeta, pode ser. Um breve adeus ou um último adeus ? Quem sabe ?
Ás vezes olho para trás, ás vezes não. E continuo caminhando.

Friday, July 23, 2010

Gargalhada


Ri de mim, Ri !! Riiiiiiiiiiiiiiiiiiiii!
A desprentensão, a irônia, a provocação eclodem numa gostosa gargalhada!!
ri, ri, riiii, ráaaaaaa , rá, ráaaaa !
Ahhhhhhhhh, que alívio!!

Wednesday, July 21, 2010

Para bailar

Porque venimos al mundo para bailar, nada más que bailar !!!!


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Sunday, July 18, 2010

Onde queres o ato,eu sou o espírito

Presente do muito estimado amigo Goiaba, numa manhã de domingo. Para arrepiar a alma: como pode um música expressar tanto de nós ? Salve Caetano !!!

O QUERERES, de Caetano

Onde queres revólver, sou coqueiro
E onde queres dinheiro, sou paixão
Onde queres descanso, sou desejo
E onde sou só desejo, queres não
E onde não queres nada, nada falta
E onde voas bem alto, eu sou o chão
E onde pisas o chão, minha alma salta
E ganha liberdade na amplidão

Onde queres família, sou maluco
E onde queres romântico, burguês
Onde queres Leblon, sou Pernambuco
E onde queres eunuco, garanhão
Onde queres o sim e o não, talvez
E onde vês, eu não vislumbro razão
Onde o queres o lobo, eu sou o irmão
E onde queres cowboy, eu sou chinês

Ah! Bruta flor do querer
Ah! Bruta flor, bruta flor

Onde queres o ato, eu sou o espírito
E onde queres ternura, eu sou tesão
Onde queres o livre, decassílabo
E onde buscas o anjo, sou mulher
Onde queres prazer, sou o que dói
E onde queres tortura, mansidão
Onde queres um lar, revolução
E onde queres bandido, sou herói

Eu queria querer-te amar o amor
Construir-nos dulcíssima prisão
Encontrar a mais justa adequação
Tudo métrica e rima e nunca dor
Mas a vida é real e de viés
E vê só que cilada o amor me armou
Eu te quero (e não queres) como sou
Não te quero (e não queres) como és

Ah! Bruta flor do querer
Ah! Bruta flor, bruta flor

Onde queres comício, flipper-vídeo
E onde queres romance, rock’n roll
Onde queres a lua, eu sou o sol
E onde a pura natura, o inseticídio
Onde queres mistério, eu sou a luz
E onde queres um canto, o mundo inteiro
Onde queres quaresma, fevereiro
E onde queres coqueiro, eu sou obus

O quereres e o estares sempre a fim
Do que em mim é de mim tão desigual
Faz-me querer-te bem, querer-te mal
Bem a ti, mal ao quereres assim
Infinitivamente pessoal
E eu querendo querer-te sem ter fim
E, querendo-te, aprender o total
Do querer que há e do que não há em mim

Wednesday, July 14, 2010

O novo


Onde é que estou me metendo ??

Por sorte a água é transparente e a areia firme. Por experiência já aprendi que devemos ir devagarinho...Sentindo a areia vou brincando de cavar. Sem saber no que vai dar.
Mãos enterradas, braços molhados e ombros ao vento. Brincar na água é tão gostoso e sempre novo como amar.
Brincar de água e Amar de alma.
Amar de água e Brincar de alma.
Alma de água e Brincar de amar.
Amar de brincar e Água de alma.

Claridade das nuvens


Com olhar hipnotizado pela brancura das nuvens densas daquele dia úmido, quase não se podia distinguir se era uma mulher ou uma estátua. Em dias assim o Tempo parece parar, como seu corpo, não fossem pelas tímidas batidas do coração que faziam seu peito levantar discretamente.
Seus pensamentos não tinham direção nem sentido. A claridade exagerada a impedia de enxergar com clareza. O que é que havia para ver ?? Se as nuvens são opacas velando o outro lado?? O toque é do roupão macio, dos travesseiros, das melodias e liras de Orfeu que lentamente vão envolvendo-a e levando-a ao mundo dos sonhos. Mundo este onde as bússulas tem sua utilidade perdida- as brisas é que abrem os caminhos e os seres fantásticos possibilitam feitos inimagináveis. E o calor úmido que conserva eternamente dentro dela vai lhe dando sono, sono, sonho...

Monday, July 12, 2010

Irritações e distrações

A cara é de quem comeu e não gostou (dava pra essa almôndega não ter gosto de carne ??). O desinteresse é geral: o filme é chato, não estou com vontade pintar, nem de ler, nem de falar com ninguém, nem de fazer nada!!! Música,então...nem pensar!!! A irritação é uma tortura! O pézinho balança de um lado para o outro(normalmente não tenho esse tique). Logo, se há silêncio é possível ouvir a "bufada": longa expiração tentando me livrar desse sentimento intrigante e incontrolável. Até respirar é irritante!!
Vê, não é algo pontual, tipo falar com alguém quando a tv está alta, ou seja, competindo com a tv! O que é irritante para você?? Deixe um comentário!
É, não é uma irritação com algo específico, é geral.. Porque é um estado de espírito! Por isso que não passa facilmente. Não é tão simples como desligar a tv!
Para mim e quase todas as mulheres do mundo existem duas coisinhas que ajudam a passar a irritação:
1) Ir ao salão de beleza. Ahhh, pintar as unhas de vermelho, ter o cabelo escovado, folhar umas revistinhas de fofoca !!! Ajudou, mas, não resolveu.
2)Comprar qualquer coisa supérfula. Não vale ser algo de que você realmente precise. No meu caso foi uma caixa de lápis de cor aquarela e dois pincéis, que ainda não estreei por estar muito irritada para pintar minhas mandalas!!!
Após esses dias de irritação descobri duas novas formas, mais eficazes que as primeiras, de se DES-IDENTIFICAR com esse sentimento preguento:
3)De olhos fechados e sem querer controlar a respiração, pense "Por que é que estou assim?? O que é que está me deixando inquieta?? Estou chateada com alguém ?? Me sentindo frustada por alguma coisa que (não) aconteceu ?? Gostaria de estar em outro lugar?? Estou incomodado com alguma coisa??" A irritação é apenas a manifestação de outro sentimento mais profundo. Agravada, claro, por fatores físicos: calor, fome, vontade de fazer xixi, impossibilidade de mexer os braços(meu caso atualmente!!), luz demais ou barulho!!!!
Ok, não sejamos injustos. Não podemos nos esquecer dela.. Ela!!! A TPM!!! Hormônios, natureza, ciclos da mulher. Ótimo que tenhamos essa oportunidade de periodicamente dar vazão a nossos sentimentos e chorar e gritar e liberar o que quer que tenhamos aprisionado!!
4)Aceitar que estamos irritadas e fazer bico sim! Olhar pro teto, bufar, folhar sem concentração o que quer que esteja por perto, fazer uma palavra cruzada e largar, completar um número da tabela de soduko e desistir, andar de um lado pro outro, olhar as plantas, os carros lá embaixo na avenida, voltar a folhar o livro...Ops, não é que a história está engatando...
E assim, simples assim, esse estado de espírito vai se dissolvendo!!!
Itunes on, gtalk com uma grande amiga, scrap engraçado... Epa, até vontade de escrever no blog deu !!!
Distração é isso... É falta de concentração...até encontrar uma boa diversão!!
Da próxima vez que estiver dominado pela irritação, olha para ela de frente! Se tem uma coisa que o torturador não consegue é olhar nos olhos. Ela se dissipará rapidinho e a situação toda valerá umas boas gargalhadas(pra terminar de aniquilar a bendita!). Cá entre nós, existe algo mais cômico que um irritadinho ???
;)
p.s: Uns bons gritos também são uma boa!! É poderoso liberar energia através de sons!!!

Tuesday, June 29, 2010

A viagem em si

Está tocando Marisa Monte aqui no albergue.. A trilha sonora que embala os últimos momentos dessa viagem...
Sao quase tres da manha e estamos esperando o taxi chegar, para depois esperar mais no aeroporto, e esperar para chegar lá e esperar... O "transito" das viagens nos lembram de como a vida é feita de esperas.. Até para IR, há que esperar!
Bel está dormindo no sofá e minha mae adormecendo com o barulho da TV. É...barulho que incomoda a melodia de passarinho desse Infinito Particular...
Estamos recansadas ( os argentinos adicionam o prefixo re para dar intensidade aos adjetivos, tipo relindo ou rebueno) dos passeios de hoje. Como foi nosso ultimo dia e fez sol, resolvemos aproveitar e minha mamá fez o roteiro de muuuuitas quadras pela Recoleta!! Fomos ver uma escultura linda de flor ( Floralis Generalis), encontramos de surpresa uma mostra de Fotojornalismo no prédio do Canal Publico de TV, demos muita sorte ao encontrar um delicioso "nhoque do dia 29" e nem tanta ao dar de cara com a porta no Malba (Museu de Arte Latinoamericana de Buenos Aires). A verdade é que eu tinha checado o horário de funcionamento do museu errado!!! Ya esta, acontece e o melhor é a leveza em aceitar que nem que estivéssemos aqui por um mês, nao faríamos tudo.
A Bebel reclamava que nao tinhamos idos em todos os "pontos turisticos". Bem, conhecer um lugar é estar nele. É andar pelas ruas, observar as pessoas, a arquitetura, as musicas que tocam nas lojinhas de conviniencia, andar de onibus, conversar sobre futebol (especialmente na época da Copa)...É carregar a moeda local nos bolsos, comecar a decorar o nome das ruas, observar como os banheiros de todos os lugares sao mal conservados e inventar historias do por que eles nao tem trancas, nao usar til ou cedilha porque o teclado é diferente... Tudo o que fazemos quando estamos viajando é a viagem em si.
O curioso é que quando viajamos com nossos companheiros de vida nem tudo é tao diferente de casa. Minha preguica matinal, a indecisao da mami e as mudancas de humor da Bel (se digo que ela é a melhor companhia de viagem em um minuto, no seguinte já dizemos "quer voltar pro albergue?",e logo depois estamos pedindo" naaao, fica, por favor!¨) nos acompanharam até aqui!
E nao foi uma viagem como outras a Buenos Aires, porque nao podemos esquecer que estamos em plena Copa do Mundo e a Argentina esta em polvorosa!!!
... (O TÁXI CHEGOU, NÃO TIVE TEMPO DE POSTAR E SÓ RETOMO AGORA, DIAS DEPOIS).
O tempo corre e as notícias acontecem. Algumas partes desse relato parecem jornal velho.
Estamos fora da Copa, e a Argentina também.
Outras sensações não mudam com o tempo. Arrisco dizer que o cheiro da cidade e o ar gélido ficaram para sempre na minha memória.

Friday, June 25, 2010

Reconhecimento de campo


Cansada. Andamos bastante, fazendo um reconhecimento de campo. E eu nem mesmo vi um mapa da cidade até agora a pouco. Deixei que a Bel e minha mãe me guiassem. Acabei na Calle Florida, entrando em todas as lojas: o norte é diferente para cada um!!hahahah
Almoçamos un milanesa! Bem, desde soube que vinha para cá, famosa terra dos bifes de chourizos, que tenho flexibilizado meu vegetarianismo. E estava tão gostoso!!!!!
Não prevíamos, porém, problemas para sacar dinheiro com nosso cartão, e o que mais visitamos hoje foi caixas eletrônicos! Fica o aprendizado e a dica: não confie em cartões!!! E uma curiosidade: há falta de moeda na Argentina! E o peor: para pegar un colectivo somente são aceitas moedas!! Então, cuide bem do troco!!!
Não acredito em julgamentos rápidos, por isso, ainda não sei o que acho de Baires.
Estou observando apenas.. Sempre... Contemplando...

Thursday, June 24, 2010

Primeiro dia de férias

No avião para Buenos Aires(Baires, para hispanohablantes):
Um pé procura calor embaixo das minhas pernas e um joelho limita a abertura dos meus braços, fazendo com que eu tecle de forma engraçada. São membros da minha irmã, por isso, tudo bem. Do outro lado tenho a minha mãe, absorta na leitura da revista da Gol (ela adora revistas em geral e revistas de bordo em especial).
Essa é minha primeira viagem acompanhada em muito tempo- me acostumei a ter desconhecidos como vizinhos de poltrona- e a primeira vez que viajo com mamá e Bebel.
Já há algum tempo reclamava de ser a “única pessoa que conheço que ainda não esteve em Buenos Aires” e meu aniversário foi uma desculpa para planejar esses dias de folga. Deu certo. Passagem barata, todas livres, friozinho convidativo e, para animar ainda mais, Copa do Mundo!!! Ver o jogo do Brasil em plena “ terra do rival” vai ser ,no mínimo, emocionante! !
Falta uma hora para aterrissarmos e tenho sono. São 11:30 da noite, só penso na caminha do hotel ( El Firulete Hostel, para ser mais precisa) e em me despertar amanhã para sentir a capital argentina e aproveitar o dia que, tenho certeza, será de um lindo sol , como o bandeira deles!!!!
Na agenda, bueno, nada planejado, só sugestões... Jogo regado a Quilmes, passeio pelo centro, quem sabe já visitar a livraria Ateneu para comprar um romance de realismo fantástico que me guie por las calles de Baires...
Fui chamada, carinhosamente , porém, com um fundinho de verdade, de “Generala“ na última viagem que fiz com meu pai e Soraia pela Índia... Dessa vez me esforçarei para pegar leve com meu espírito de liderança e deixar que os caminhos sejam escolhidos em conjunto. Percebo que mais importante que o que fazer e aonde ir é a companhia. É poder virar para o lado e compartilhar as impressões, relacionando o que vemos com nossa experiência, e dar muitas risadas. Ataques de riso, daqueles que só se tem com velhos conhecidos... E o nosso trio tem histórias !!!
“Boa noite passageiros, aqui é o comandante falando, tempo bom em Buenos Aires, temperatura estimada : 7 graus! Tenham todos uma ótima estadia!”
Que lo pasemos lindo!!!

Saturday, May 15, 2010

Bambus, nús



Em meio aos bambus, encontro a mim mesma: nua, dura, flexível, banhada pela luz e marcada pelas cores da bandeira. Identidade em imagem.

Wednesday, April 28, 2010

Pamplemousse


É a lua cheia,lua regente das emoções,que tanto me influencia, e que nessa fase provoca marés de emoções em meu interior. É a dor de garganta, que me obrigou a ficar quieta( repensar a verborragia) nesses últimos dias. É o ciso inflamado, que perpetua o incômodo durante o dia e me lembra da minha idade real. É a terapia corporal que venho fazendo que permite com que velhas estruturas emerjam e se tornem claras. E o redemoinho vai se formando e tomando conta de mim... O vento frio lá fora se confunde com o ar gélido,que vem da garganta ao baixo ventre, passando pelos braços até chegar as pontas do dedo- sensação que identifiquei como frustação. Como sou dominada por essa onda de negativismo,que tenta a qualquer custo me convencer que sim,tudo está tão horrível, é tão em vão, tão incompleto. E tenta,principalmente, silenciar a voz da minha consciência, que vê o processo acontecendo, como se estivesse sentadinha em cima do muro vendo as crianças brincando na rua. Sentadinha observando,sem tomar parte na brincadeira.
Piiiiiiii.. O apito da chaleira avisa que a água está pronta. E o aroma do chá inédito- verde com pamplemousse et citron- me invade. Que cheiro delicioso,que sabor suave. A brincadeira acabou e agora estou vazia de ventos e sou toda pamplemousse- nem sei o que é, mas, que nome gostoso de se pronunciar!
Na Yoga, existe o Pratayahara, fundamento da abstração dos sentidos, como um dos caminhos para se alcançar um estado meditativo. As vezes porém, como agora, são justamente os sentidos que nos resgastam dos delírios e nos trazem de volta, para essa quarta feira de outono, para o que somos. E o que seríamos ou o que fomos desaparecem no primeiro gole.
E para terminar o dia melhor do que começou, um escalda pés de gengibre, que além de relaxar os pés, recomforta, ativa a circulação e ainda tem propriedades anti-inflamatórias! Ótimo para limpar corpo-mente-alma, como bem me ensinou minha amiga e terapeuta Denise Franchi(http://denisefranchi.blogspot.com/)!

Bon soir, pamplemousses!

Thursday, April 22, 2010

Nós e a Terra- quem é ela?


Recentemente, em uma aula de Antropologia, discutíamos a Modernidade e suas características.No pensamento moderno o homem separa-se da Natureza e já não se interessa pela origem do mundo natural,mas, em controlá-lo. Bem, é claro que sempre houveram eventos naturais(geológicos,metereológicos,etc)com consequências trágicas(daí a razão de chamar esses eventos NATURAIS de catástrofes) para os homens. Nos últimos tempos, porém, não sei se a proporção dos fatos em si ou se a repercussão ou discurso se transformaram. Existe um sentimento de revolta- é, no fundo existe sim revolta-injustiça (o justo x injusto, moralidade pura!) e o medo de ser atingido por chuvas, ventos, terremotos ou ondas gigantes.
20 segundos para lembrar de catástrofes dos últimos anos: tsunami no sudoeste da Ásia,furação Katrina em Nova Orleans, terremoto no Haiti e chuvas no Rio de Janeiro. Destruição,caos, vidas perdidas, tudo coberto pela espetacularização da mídia.
É chato ter que admitir e ser obrigado a assitir cenas ou debates sobre o tema em 50 canais. Tem quem mude de canal, tem quem reflita, tem até quem comece a transformar suas ações diárias! Mas,porém, entretanto, isso ainda não está acontecendo COM NÓS. Volte na listinha rápida. Só aconteceu com os mais desafortunados!!!
Nós moramos em prédios,e eu moro bem longe do mar!
Esses eventos aconteceram isoladamente e não tiveram nenhuma repercussão global(ocidental,principalmente)-tirando as campanhas internacionais de mobilização de fundos(nas quais o material arrecado, ás vezes, acaba com fungos).
Por isso estou achando tão interessante o vulcão que entrou em erupção na Islândia. Não fosse a fumaça que se propaga e é letal para as turbinas dos aviões, ninguém teria prestado atenção nessa manifestação. Porém, esse país chamado Islândia, do qual pouco sabemos, a parte que é bem gelado, calha de estar próximo do Reino Unido e da Europa Ocidental. E, como a Europa é o centro do mundo(estou falando de geografia: latidude e longitude) os voos do mundo todo foram afetados!!! E pessoas bacanas, que viajam, que se deslocam, que transitam livremente por esse mundo sem fronteiras foram AFETADAS. Ninguém morreu. Mas, olha o transtorno: milhões de pessoas impossibilitadas de ir trabalhar,visitar a família, ir a casamentos, fazer compras em Paris!!! E o prejuízo!! Bilhões, trilhões de dólares, euros, ienes, yuans, estão sendo perdidos, por conta de um vulcãozinho daquela ilhazinha sem nenhuma importância. A preocupação maior é em saber- ter certeza, calcular!!- quando essa erupção vai cessar. Ninguém sabe. E a incerteza é o que mata o ser contemporâneo.
É... somos um globo feito de pecinhas de dominó. Verdes, claro!
Feliz Dia da Terra!

p.s: Que imagem bela. O que eu mais gosto de viajar de avião é curtir o espetáculo das nuvens. Lindo!

Sunday, April 18, 2010

O adormecimento de um é o surgimento de outro

E foi assim, seguindo minha intuição que fui ao encontro dele. Parecia uma loucura, eu mesma achava que não era sensato andar por aqueles pedrinhas, perdida entre filas de carros. Mas continuei andando e me esqueci do propósito inicial da busca quando o vi.
Seu olhar me bastou e seu toque leve me encantou. Tudo ao nosso redor desapareceu e o Sol veio ter conosco.O amanhecer coroando os noivos que há muito se conhecem,mas, só agora se encontram pela primeira vez. Ah! E não há nada como a primeira vez- são pequenos descobrimentos que se desenrolam como um novelo de lã e pouco a pouco vão nos aproximando até que estamos confortavelmente unidos. A fluidez é o que não se pode explicar.
Meus olhos encontraram os teus e agora se recusam a fazer qualquer outra coisa que não sonhar contigo. Curiosamente, o devaneio não é feito de imagens.É só Luz.
Aqui fora, mora o Mistério. Desvendá-lo? Deixe, que numa fila de supermercado ou na faixa de pedestres serei novamente surpreendida.